Hoje temos várias definições de currículo, resultado de um
longo trajeto de pesquisas que buscaram compreender o que aprendemos na escola,
por que aprendemos o que aprendemos, a serviço de quem (e contra quem) agem os
conhecimentos escolares.
- Nesta perspectiva, existe
uma predefinição a respeito das capacidades ou incapacidades para aprender
e, a escola será apenas um palco onde essas capacidades e incapacidades
serão reveladas. Esta perspectiva pedagógica é chamada INATISMO ou APRIORISMO.
- Tudo o que é “impresso” no
ser humano é resultado do meio externo a ele, significa considerar o meio
em que o sujeito vive, e suas experiências neste meio, como determinantes
de seus comportamentos, valores, saberes e crenças. Esta perspectiva pedagógica
é conhecida como EMPIRISMO.
- Nada tem um lado só, ou
seja, que tudo o que se faz tem suas implicações: uma relação de dois
lados (no mínimo). Esta compreensão representa para o docente, que, nem o
ser humano é apenas seus traços biológicos, trazidos ao nascer, e, ao
mesmo tempo, não é, apenas, as suas experiências em um meio físico, social
e cultural. Há uma compreensão DIALÉTICA, que se refere à interação
entre a base biológica e o meio físico, social e cultural implicada nos processos
de aprendizagem.
Dentro desta perspectiva de desenvolvimento, encontram-se as
visões sobre aprendizagem interacionistas, CONSTRUTIVISTAS e sociohistóricas, por exemplo.
Estas visões conceberão o conhecimento como construção, ora mais social e
cultural, ora mais subjetiva ou intersubjetiva.
Dialética - Neste estudo, toma o sentido de movimento dialético
que expressa a formação (de uma ideia, um argumento, um efeito ou consequência)
por meio da contradição entre dois elementos que podem ser percebidos como
diferentes.
Perspectivas de ensino-aprendizagem e propostas curriculares
A escola será o espaço de revelação destas capacidades. O
currículo, portanto, precisaria possibilitar que se revelassem as competências.
Quando o processo de ensino-aprendizagem é compreendido
como uma relação conflituosa entre nossas condições biológicas e nosso meio
físico, social e cultural, o currículo, necessariamente, aponta questões que
precisam ser dimensionadas em acordo com estas duas vertentes: o
desenvolvimento biológico e as necessidades trazidas pelo meio físico, social e
cultural.
Neste sentido, o currículo toma a perspectiva de uma
caminhada que considera as particularidades de cada estudante, assim como suas
necessidades.
Aprofundando a relação entre diferentes concepções de ensino
e o currículo
Algumas fases em que o ensino e seus conteúdos foram vistos
de maneira diferente.
- Em um primeiro momento o
ensino foi entendido como o ato de transmitir às jovens gerações um
conhecimento eficaz situado nas diferentes disciplinas.
- Superando a perspectiva
anterior, baseada numa visão tradicional dos conteúdos do ensino, e como
reflexo das mudanças no mundo pós-industrial, o ensino pode ser visto como
treinamento de habilidades ou, ainda, como fomento do desenvolvimento
natural.
O currículo, portanto, implica processos relativos ao conhecimento
escolar que atuam no âmbito axiológico (referente aos valores), no âmbito
epistemológico (referente aos conhecimentos), ou, ainda, no âmbito dos
procedimentos: tudo o que diz respeito ao que se ensina, como se ensina, para
que e para quem se ensina, mantém relação com os estudos sobre currículo.
Resumo da aula 1 do livro Currículo - CEDERJ
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